Dentre alguns tópicos comentados no bate-bapo, Kelly Santos afirmou que o atual momento do basquete feminino, se deve a falta de investimentos no esporte e o distanciamento de onde existe as comnpetições internacionais de alto nível, que é a Europa, mas a Austrália também está distante e hoje está em alto nível.
"O Brasil quando esteve no auge nós tinhamos um campeonato onde se contratava as melhores estrangeiras do mundo, as mais cars, era um campeonato de altíssimo nível, isto há mais de 20 anos atrás, então precisamos fazer mais investimentos nos nossos campeonatos locais, trazendo estrangeiras elevando o nível para cima", pontuou Kelly Santos.
Veja na íntegra o vídeo do bate-papo com Kelly Santos: https://www.youtube.com/watch?v=vahzBsY0h-0
CONFIRA OS TEMAS COMENTADOS POR KELLY SANTOS:
PASSAGEM MARCANTE PELA TURQUIA
"Eu joguei na Turquia por cinco temporadas, e assim que eu cheguei lá elas estavam bem limitadas, mas no ano seguinte elas foram campeãs européias, isso porque já havia várias estrangeiras, quatro por tima, sendo treis titulares e uma no banco, só o treino diário com elas , amistosos com a seleção turca que elas fizeram, elevaram muito o nível técnico e em 2011 elas foram campeãs européias, e fica mracado porque não é um país que tem tradição, não é uma Rússia, uma França, não é um país de primeiro mundo e chegou ao pódio europeu, pelo investimento local, na minha opinião é o mais importante".
"Na Turquia existe uma cobrança muito grande, foi o país que mais fui cobrada, eu me adaptei porque a cobrança é natural, você está ali com carro importado, casa mobiliada, TV, TV a cabo, internet, toda a estrutura, kits e kits de alto rendimento, excelentes tênis de marca, e você tem que dar retorno, você está talvez com o melhor salário da equipe, talvez em um dos melhores campeonatos do mundo, e você dando este retorno você tem respeito, na Turquia eles tratam os estrangeiros como um bebê, uma idolatria, os próprios meninos do futebol tem estátuas, o Alex tem estátua lá na parte asiática de Istambul, é uma paixão, coisa que o atleta deseja é esse reconhecimento, esse respeito, isso é retornável em quadra com o alto rendimento".
O BASQUETE NO BRASIL
"No Brasil esxiste o mau investimento, atletas de transição do juvenil para o profissional que ganham salários baixíssimos e treinando oito horas por dia de segunda a sexta e de sábado também. além disso existe a falta de respeito, como a má gestão no Brasil".
" O Brasil teve um trabalho de base excepcional, muito bom, eu sou filha desse trabalho por isso eu joguei em vários países, me mantive 16 anos fora".
" O alto nível que tinhamos a 20 anos atrás daquele campeonato, hoje não podemos nem comparar, existe pouco investimento, poderia se investir muito mais em termos de estrutura, salários, respeito a atleta, a mulher, tudo isso eu levo em consideração"
AUSÊNCIA POR CINCO ANOS DA SELEÇÃO BRASILEIRA
"Eu estava na Turquia também cotada como melhor estrangeira em 2010/2011 e fui pra seleção brasileira para o mundial da República Tcheca, renovei o contrato na Turquia , estava voltando a jogar no país, o treinador de basquete da seleção brasileira feminina, nos dispensou uma noite antes dizendo que no dia seguinte estaríamos dispensadas, eu conversei com o Bruno diretor na época, a própria CBB mudou a minha passagem, a minha passagem foi mudada antecipada, por pedido meu porque eu teria que chegar no Brasil e pedir um visto, eu teria que ir até Brasília".
" O meu time estava partindo para Grécia para amistosos , time do Besiktas, como a CBB comprou a passagem, ela é a única que tem a autoridade para mudar as passagens, então ela mudou a minha passagem, eu peguei e fui embora, logo veio a notícia de que a Hortência supervisora na época entendeu que eu estava abandonando a seleção brasileira".
"A Hortência, jogadora excepcional, minha madrinha de casamento, pessoa excepcional, porém na gestão naquele momento ela entendeu isso, e isso me levou a ficar cinco anos fora da seleção brasileira".
"As consequências pessoais, emocionais em mi foram terríveis, as pessoas falam não foi porque ela estava gorda, não , não é porque eu estav gorda, eu sai da Turquia como o maior campeonato do mundo como cestinha, fui para uma seleção brasileira, fui subutilizada, pedi para que mudase a minha passagem, a minha supervisora Hortência entendeu que eu estava mandando na seleção brasileira, não me convocou por cinco anos".
MELHORES MOMENTOS NO BASQUETE DO EXTERIOR
"Eu tive dois grandes momentos na minha carreira no exterior, que foi na Itália no meu terceiro ano na Europa, jogando Euroliga, eu estava cotada para melhor estrangeira naquele campeonato, naquele ano o campeonato de alto nível, campeonato com as melhores estrangeiras do mundo e jogando muito, porém eu tive uma lesão e cheguei a operar , decidir vir operar no Brasil pela ausência da família",
"Aí passado seis anos eu retorno para uma elite do basquetebol na Turquia jogando pelo Besiktas, voltando no auge, e voltei muito mais madura, mais segura, eu cheguei otime estava com algumas derrotas, aí a gente levou ao time a semifinal do campeonato e aquilo me firmou e acabei ficando mais cinco temporadas na Turquia".
SELEÇÃO BRASILEIRA
"Disputamos uma semifinal com o EUA na Copa América de 1997, que já era um jogo difícil, possível de ganhar e ganhamos, e fizemos a final com Cuba, fisicamente os atletas cubanos são uma bomba, muito bons, nos ganhamos a final com o Ibirapuera lotado, primeira seleção adulta, foi começar assim como pé direito, pra mim foi excepcional, foi maravilhoso".
"O bronze nas Olímpiadas foi mais importante, do que aquela Copa América, depois daquela ganhei tantas quantas, toda Copa América que eu joguei eu ganhei, talvez eu perdi uma, não sei se agente perdeu uma, eu não me lembro agora, talvez o pré-olímpico a gente ficou em segundo".
"Em 2000 na minha primeira Olímpiada, foi o que me lançou para o mundo, eu voltei para o Brasil e fui campeã nacional, depois eu fui draftada para o Detroit para WNBA, dali fui para o Bourges, o Bruno diretor da CBB, disse que tem uma foto minha no ginásio onde foi disputado o último pré-olímpico feminino na França, aí eu fui jogar em Bourges a Euroliga, eu tinha 22 anose no time mais tradicional da época, eu preciso voltar nesse ginásio para ver esta foto".
"A minha volta foi excepcional, no Pan de Toronto (2015) com o Zanon, gostei muito de trabalhar com ele, o treino dele é intenso, com fundamentos e pegada, gostei muito do treino dele, eu vim para o Pan, a seleção brasileira precisou de mim de novo, aí eu fui com toda a minha humildade defender de novo a seleção brasileira".
FORA DA OLÍMPIADAS DE LONDRES 2012
"Eu perdi a Olímpiadas de Londres, onde o Brasil perdeu o jogo da morte para Austrália com a Erika com cinco faltas no banco e não tinha uma jogadora do nível da Eria para substituí-la, entrou a Nádia, muito jovem, primeira Olímpiadas perdida, foi o preço do mal entendimento, da má gestão de pessoas e da má gestão de ego".
"Era um jogo ganhável, porém o jogo é feito de 12 peças, 12 atletas várias situações, então talvez se eu estivesse naquela olímpiadas, entrasse naquele jogo cinco minutos para ajudar a Erika, a se proteger um pou-laco de faltas, e substituí-la cinco, dez, quinze minutos, o que fosse para protegê-la um pouco e ela que estava jogando super bem, voltar a quadra conservar um pouco as faltas dela, a história da seleção brasileira seria outra, é prepotência demais pensar isso, desculpa é a minha leitura".
"Eu estaria indo para minha 4ª Olímpiadas, então o nível de eficiência, de experiência, minha dento da seleção brasileira, posso dizer que aquela era a minha Olímpiadas, aquele era o meu momento e isso me trouxe emocionalmente distúrbios alimentares a ponto de eu me engordar muito, de eu me deprimir muito, foi muito difícil, isso já após uma resiliência de lesão, um relacionamento interpessoal de boatos, de fofocas, é o que uma carreira baseada em suposições, isso não existe".